Nós somos o que nós fazemos

(Hugh Jackman está com os olhos cheios de lágrimas)

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(Ele é um puta ator então vc sabe que ele está sofrendo)

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( Correndo para o final da sala )

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(Corre de volta para a câmera)

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(Enche os pulmões de ar)

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– QUEM SOU EU? –

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Hugh Jackman grita em um belo agudo em uma das cenas de Les Mis – Enche os pulmões de ar novamente para responder um número, um número que foi lhe dado como identidade na prisão… Quem ele era?

 

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– 24601 –

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(Ok, belo filme… Meio cansativo no começo, muito lindo no final… MAS, isso nos interessa porquê?)

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Bem, a grande questão de Les Misérables pode ser definida nessa pergunta… Um homem que foi marginalizado e perdeu seu nome, perdeu sua história e perdeu sua identidade, mas não perdeu quem ele era… Não perdeu aquilo que o definia e o define como coração daquele conto… Essa é a questão aqui… Nada disso poderia ser usado para responder quem ele era… Poderia, se outra pessoa estivesse perguntando, mas não… Era ele mesmo.

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E acredite isso pode parecer meio profundo demais ou psicológico demais ou CHATO demais, mas é uma pergunta que nós nos fazemos muito e de maneiras diferentes, então porque não encarar essa questão de frente um pouco?

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(saca o drama do gif a seguir)

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Sério, já perceberam como as pessoas caem nesse clichê? SIM, as pessoas devem ter medo de não saber quem são, ou de não saberem lidar com quem são… E tentam responder isso de maneira simples e é o que eu quero, uma maneira simples de poder analisar isso…

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Bem, o título do texto é meio explicito sobre como eu acho que essa pergunta deve ser respondida… Ok, você releu o título (?) e agora você já tem a resposta… Agora não tem mais sentido ler as outras trocentas palavras desse texto… Ok.

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Eu devia ter pensado em um título que fugisse um pouco da resposta final…

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Talvez fosse mais inteligente…

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Mas vamos continuar e daqui pra frente, você finge que não leu o título, beleza?

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Testes de personalidade, testes de QI, testes do tipo “Quem você é na realidade?” ou “Quem você é na favela?” (esse último existe mesmo no facebook, eu fiz e deu que eu sou a ‘gorda barraqueira da laje‘… #chateado), ou até mesmo horóscopo, tudo bem que alguns vão dizer que usam o horóscopo para se guiar… Mas essa é a questão… E eu também leio o horóscopo, eu já fiz testes de personalidade (gorda barraqueira da laje rules) e eu fiquei muito feliz quando o chapéu seletor do #Pottermore me colocou na corvinal, mas isso denota que existe um medo ai… Um medo que pode ser o de não saber quem eu sou ou o de as pessoas não perceberem o que eu sou…

 

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Porque essa é a maldição e a benção de viver em sociedade: Nem nas crises existenciais estarás sozinho!

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Muitas vezes não sabemos como responder a essa simples pergunta e isso é capaz de causar pânico instantâneo, se nem eu sei quem eu sou, posso supor que eu não sou realmente algo concreto, que eu não sou nada… Que eu sou uma folha sendo levado pelo vento sem o direito de decidir para onde eu vou, NÃO… VOCÊ NÃO É! Por Deus, NÃO! É exatamente o oposto…

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Seria fácil demais, dessa forma poderíamos lavar as mãos em cada erro que cometemos, um beneficio que muitas vezes viria a calhar… Mas não… A culpa é toda nossa, a responsabilidade é toda nossa… É de quem somos!

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E se eu pudesse dizer uma coisa… ESPERA… EU POSSO (porque o blog é meu e quem não gostou que se retire)… Eu acho que essa pequena pergunta, essa dúvida existencial é extremamente essencial para o nosso desenvolvimento / crescimento / evolução, essa pergunta é a única que realmente afeta o nosso destino dia após dia. E talvez seja uma espécie de instinto humano… Porque o que ela traz nos ajuda a nos direcionar para o que queremos ser e o que queremos ser sempre afeta o que somos…

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Por isso existem tantas tribos, por isso fazemos amigos, por isso gostamos de um certo tipo de música, de um certo estilo, etc… Porque o meio nos influencia e nós influenciamos o meio e isso garante que cada ser humano seja diferente (ahhhh, a maravilha da individualidade). A busca por responder essa pergunta nos leva para os caminhos que acabam por ser a resposta dela… Por isso não importa se você tem essa dúvida, talvez essa dúvida seja saudável… Eu acredito que é saudável e é bem provável que ela venha de fábrica!

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O grande problema disso é que nós temos a mania de generalizar tudo e se pudéssemos, nós nos generalizaríamos, nós nos definiríamos sem pensar duas vezes, porque é mais fácil jogar quando você sabe suas cartas, quando você sabe do que é capaz… Mas como diz a sabedoria do orkut “Quem se define, se limita”. Se conseguimos fechar o pacote não há nem mais porque viver, se já somos completos.

 

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Felizmente nós não somos e provavelmente nunca seremos “completos”. Nunca poderemos tratar de nós mesmos como um pacote completo, só poderemos realmente limitar o que fomos… Isso é, depois que já estivermos mortos e pararmos de viver, porque enquanto vivermos é regra… Nós sempre continuaremos sendo influenciados pelo meio, influenciando o meio e dessa forma mudando, o eu de hoje não é o mesmo que o de ontem e isso apenas porque já viveu o hoje, já leu uma reportagem, já viu um filme que tinha uma lição de moral, terminou um livro, ouviu uma música e o mais comum… Conheceu alguém…

 

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Por isso eu não acho que sejamos capazes de medir um homem por palavras. O jeito seguro de fazer isso é por ações, enquanto vivos estamos sempre mudando, então, é… A maneira de saber agora quem você é, é analisando as suas ações… Isso não parece ridiculamente óbvio e meio assombroso? Mas é lógica.

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Eu não sou um cantor, a não ser que eu cante

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Eu não sou um bom homem, a não ser que eu tenha boa ações

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Eu não sou um sonhador, a menos que eu sonhe

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E usando essa última, enquanto eu não fizer algo eu vou estar apenas sonhando… Eu não vou ser realmente aquilo… O desejo de ajudar alguém sozinho, por exemplo, é MUITO BOM, mas não mata a fome de ninguém! Planos são ótimos, mas são apenas PLANOS! Então toda vez que procrastinamos é como se matássemos uma parte nossa que ainda não é, mas poderia ser algo.

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A diferença entre quem eu sou e quem eu quero ser está na ação, você não precisa ter medo de não saber quem você é, só precisa olhar para o que você tem feito, como você tem agido… E vai saber. Muitas vezes vai haver um choque porque as ideias e execuções são bem diferentes, mas é preciso uma pitada de honestidade para que consigamos continuar crescendo, rumo ao ser humano que queremos ser.

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Ontem eu tava conversando com uma pessoa que eu amo muito, ela vem passando por alguns problemas e me disse que “eu sou a culpada de tudo isso”, o  ‘isso’ nesse caso significa um bando de problemas, e sim concordamos que ela era a culpada de certo modo e isso é muito bom… Porque se você é culpado de algo, você pode consertar, você pode fazer diferente, você pode fazer ser melhor. Pode medir porque você ainda não é algo que queria muito ser.

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Se você é ruim, talvez não possa simplesmente mudar para melhor, mas pode mudar para esforçado… E daí é mais fácil, porque você já tá um degrau acima do que era… E tudo é degrau…

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De degrau em degrau nós formamos quem somos

E dito isso eu empunho o coração desse texto:

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De ação em ação é possível conhecer o caráter de um ser humano

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Não tenha medo de responder aquela pergunta ou de fazer aquela pergunta, você é exatamente o que você quer (“ok, então quero ser rico” (não, não é como os 3 desejos do Alladim, exige esforço)), porque você é o que você faz, o que você fez e será o que você escolher fazer daqui pra frente. Não é fácil, mas se fosse não teria graça… Então se tem algo errado, EU posso consertar. Se você errou pode querer dizer que os erros não te definem, mas infelizmente eles acabam sim sendo parte de você, mas eles JAMAIS impedem você de passar por cima deles e melhorar…

 

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Voltamos com a simplicidade do título, nesse texto rápido e cheio de questões filosóficas adaptadas à minha filosofia de boteco…

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NÓS SOMOS O QUE NÓS FAZEMOS

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É, e deveria ser a conclusão desse texto.

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É o caminho óbvio.

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Então dito isso, minha resposta final não vai ser óbvia, por último eu me limito a dizer…

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– I am Jean Valjean –

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(ou segundo aquele teste do facebook, a gorda barraqueira da laje, G.G)

3 pensamentos sobre “Nós somos o que nós fazemos

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